21 de jan. de 2014

Avaliação afirma que, ao contrário do que se pensava, árvores antigas continuam a absorver muito carbono










Florestas antigas abrigam uma biodiversidade riquíssima, geram umidade e estocam nutrientes e quantidades significativas de carbono. Porém, muito se discute qual é o nível de absorção do dióxido de carbono quando as árvores atingem estágios mais avançados de sua vida.

 
Uma nova análise, publicada na revista Nature, sugere que árvores grandes e maduras têm um papel importante na regulação do CO2 na atmosfera, acelerando, e não reduzindo, o seu crescimento ao envelhecerem.

 
Os autores explicam que, apesar do conhecimento sobre a produtividade na escala das folhas e caule ter evoluído, não existe consenso sobre a árvore como um todo.

 
"Em parte, isso é porque não tínhamos uma avaliação empírica ampla sobre se as taxas de crescimento absoluto da massa das árvores (e, portanto, da acumulação do carbono) diminuem, permanecem constantes ou aumentam ao passo que elas aumentam em tamanho e idade", diz o artigo.

 
Assim, os pesquisadores realizaram mais de 600 mil mensurações – mais de 18 mil nas Américas Central e Latina – em 403 espécies tropicais e temperadas em seis continentes, mostrando que, para a maior parte delas, a taxa de crescimento da massa aumenta continuamente com o seu tamanho.

 
"Portanto, árvores grandes e antigas não agem simplesmente como reservatórios senescentes de carbono, mas fixam ativamente grandes quantidades de carbono em comparação com árvores menores; no extremo, uma única árvore grande pode adicionar a mesma quantidade de carbono para uma floresta em um único ano do que o que está contido uma árvore de porte médio", ressaltam.

 
Nate Stephenson, principal autor do estudo e Ecólogo do Serviço Geológico dos Estados Unidos, explica que, em termos humanos, seria como se o nosso crescimento continuasse acelerando após a adolescência e pesássemos bem mais do que uma tonelada quando idosos.

 
Os resultados são importantes, pois, entre outros, resolvem presunções conflituosas sobre o crescimento das árvores e informam esforços que pretendem compreender e modelar a dinâmica do carbono nas florestas, concluem os autores.

 
Porém, os pesquisadores notam que a rápida taxa de absorção das árvores individualmente não necessariamente se traduz em um aumento líquido na estocagem de carbono para a floresta como um todo.

 
"Afinal, as árvores idosas podem morrer e devolver o carbono para a atmosfera ao se decomporem", comentou Adrian Das, coautor do estudo.

 
"Mas nossas conclusões indicam sim que, enquanto estão vivas, as árvores antigas e idosas têm um papel desproporcionalmente importante dentro da dinâmica de carbono da floresta. É como se os principais jogadores do nosso time fossem um bando de 90 anos", completou.

 















 
 
 
Fonte: mercadoetico.com.br








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