2 de dez. de 2013

A reinvenção do fogo

Para resolver a crise global de energia e evitar que o clima destrua nossa civilização, a humanidade precisa de uma nova revolução.
 
 
 
 
 
Foi o fogo que nos fez humanos. Quando o homem pré-histórico dominou a chama, conquistou uma fonte de energia que permitiu cozinhar a comida, aumentando a ingestão de nutrientes e tornando possível um cérebro tão potente.

Milênios depois, foram os combustíveis fósseis que nos fizeram modernos. A queima de carvão e petróleo tornou disponível à nossa espécie uma quantidade mastodôntica de energia, o que inaugurou a civilização industrial – e possibilitou os carros, as fábricas, os aviões, a globalização, a internet.

Agora, à beira de uma crise ambiental que ameaça destruir nossas cidades, nossas plantações e nossa economia, o homem precisa de uma terceira revolução. "Precisamos reinventar o fogo", diz o físico Amory Lovins, considerado pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do planeta.

"É um absurdo que, no século 21, 80% da energia consumida ainda seja gerada com a queima de pântano decomposto", disse Lovins numa palestra. Soa mesmo pré-histórico: iPads movidos a carvão queimado. Assim, sufocamos a Terra com uma nuvem de fumaça e fuligem.

A crise de energia que enfrentamos na verdade são duas. De um lado, a energia que usamos para transporte, que move carros, caminhões e aviões. Do outro, aquela que produzimos em usinas e serve para abastecer casas e fábricas, e para iluminar ruas. Cada um desses problemas parece impossível de resolver. Lovins acha que a solução é juntar os dois. "O problema da energia é mais fácil de resolver junto que separado", diz.

Ao mesmo tempo em que mudamos o combustível dos carros, tornando-os elétricos, precisamos mudar a matriz energética do mundo, trocando o óleo e o carvão por sol, vento e gás gerado pela queima de lixo. Resolver um sem o outro não adiantaria. Carros elétricos não servirão para nada se a energia que eles puxam da rede continuar provindo de pântano queimado. E serão as baterias dos carros, plugados na rede, que armazenarão a energia solar e eólica para os dias nublados e sem vento.

Lovins tem um plano para aposentar carvão e petróleo até 2050. "Será uma das transições mais importantes da história, rumo a um novo modelo de civilização, com energia de fontes gratuitas e inesgotáveis". Uma revolução tão grande quanto a descoberta do fogo. Veja algumas ideias que irão alimentar essa revolução
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Fonte: planetasustentavel.abril.com.br
 

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